Rest In Peace

Este post marca o fim de uma era. Este post marca a morte do Bewegung, ex-Was ist Was, ex-Blog do Matias.

Mas sempre que deus fecha uma porta é pra poder acender seu baseado em paz, e pra não marofar a casa inteira acaba abrindo uma janela. Ou algo assim.

Enfim, o que quero dizer com isso tudo é que agora nasceu meu novo filho, o matataspontocom, um espaço maior, melhor e mais bonitinho para dissipar minha insanidade e irritar pessoas irritáveis.

matataspontocom

divirtam-se.

So Long, Superman

Geralmente tenho a capacidade de concentração de um peixinho dourado, se ao invés daqueles floquinhos escrotíssimos que supostamente são comida você despejasse ácido no aquário. No entanto, não consigo parar de pensar no quanto a morte do Superhomem não tem relação nenhuma com minha vida e mesmo assim tem ocupado meus pensamentos quase que exclusivamente nos últimos dois dias... é igual quando você pega um filme com um pastor alemão enrabando um travesti na internet e fica ligeiramente excitado; não é sua praia, não te interessa mas... hmm... sabe?

(espero que não saibam, porque EU estou brincando, tá?)

Normalmente, gasto boa parte do meu tempo pensando em futilidades e idiotices completas, e uma das coisas que já discuti com várias pessoas é a gradação de coisas uncool e péssimas no mundo. Depois de várias conversas com várias pessoas, a lista está pronta:

AS 3 COISAS MAIS UNCOOL DO MUNDO

1. Morar no Mato Grosso
2. Depender do Batman no Lugar do Superhomem
3. Estar morto

Sendo assim, agora que o Superhomem está morto, só nos resta o Batman, que é mais uncool que estar morto, e só não perde para morar no Mato Grosso, porque, convenhamos, é campeão, né? Quer dizer, não tem COMO fazer NADA mais uncool que morar no Mato Grosso, e se você não concorda, cuidado, porque Ser Você pode até entrar no quarto lugar.

Mas na verdade, o que queria dizer desde o começo é que vivo de forma razoavelmente inconsequente, como todas as pessoas interessantes fazem, mas só porque, no fundo, no fundo, sei que tudo vai dar certo. Porém, a morte do Artist Formerly Known As Superman mudou tudo isso, porque o que me motivava há anos era a esperança que um dia Cristopher Reeve voaria ops andaria novamente, pois se ele andasse novamente TUDO era possível, e agora ele morreu então agora NADA é possível, então vou concentrar durante uns 15 minutos e pensar no que será da minha vida agora que não há mais a esperança de chorar copiosamente vendo o Superhomem andando de novo, ao vivo, na televisão.

Vozes, Beepo, Sanidade Mental

O que É realmente sanidade mental, e será que é tão importante assim?

(ótimo começo, Matias, muito bom mesmo... esse tá no top 5 de começos perturbadores... talvez perca para "Será que os nazistas realmente eram tão maus, porque, afinal de contas..." ou "Nada contra negros, mas o fato é que...", mas acho que tirando essas duas possibilidades, não sei não)

Mas pergunto isso apenas porque ando pensando muito sobre o tema, e ultimamente tenho tido uma combinação interessante de uma quantidade enorme de tempo livre e uma quantidade ínfima de amizades, gerando algo estranho e até então desconhecido, que é estar sozinho e calado boa parte do tempo. Ah, e não tenho televisão. Normalmente quando não estou fazendo nada, meu tempo é preenchido ou acompanhado e tagarelando ou sozinho e vegetando na frente da televisão. Aqui, meu tempo livre é preenchido andando sozinho ou olhando pra parede. Juro, passei algumas horas essa semana só olhando pra parede, para ver o que acontecia, e, para minha nada enorme surpresa, nada aconteceu. Até conversas longas com o Beepo estão me entediando, porque sempre que tento explicar meus problemas e temores e preocupações ele só fica boiando com aquele olhar arrogante de pato de borracha, como se dizendo minha-vida-é-ficar-boiando-numa-banheira-então-seus-problemas-que-se-fodam-porque-eu-sou-feliz a cada instante, sem contar que não posso confiar nele, depois das 3 vezes que ele já tentou me afogar... Mas agora eu fico mais atento na banheira, olhos abertos e sempre alerta, igual um escoteiro!

Anyway... sempre me interessei pela idéia de Vozes misteriosas que falam com as pessoas, o que normalmente acontece quando algum fundamentalista religioso semi-analfabeto white trash americano resolve matar a família inteira e depois insistir que foram "as Vozes" que falaram para ele fazer aquilo. Adoro "as Vozes", mas sempre imaginei que fossem vozes mesmo, tipo o cara ficou tão louco que tá OUVINDO VOZES mesmo, e não é bem assim, como descobri desde que comecei a ouvir as Vozes.

Todo mundo conhece o diálogo interno, acho que é algo que se estende também às camadas não insanas da sociedade, que é quando estamos numa situação engraçada, desesperadora, frustrante e vários outros adjetivos, e de repente começamos a fazer pequenos diálogos internos discutindo possibilidades e opções. Isso é normal. Eu acho. Mas pelo menos isso é perdoável, porque dura alguns minutos e passa, e a vida continua, e você finge que o diálogo é uma anedota engraçada, conta pros amigos e tudo fica bem.

Mas as Vozes. Ah, as Vozes. As Vozes são quando o diálogo começa a durar mais e mais e mais e mais, e começa a acompanhá-lo o dia inteiro, e você começa a conversar com seu pato de borracha andando na rua, sendo que seu pato de borracha está na banheira na sua casa e você está bem longe de casa.

As Vozes sempre tem argumentos excelentes e super convincentes. É só deixá-las falarem, e aprender, e ser banhado pela enorme sapiência da insanidade mental. Mas elas são temperamentais, e quando não são obedecidas, tendem a recorrer à violência e tortura, é preciso ficar de olho aberto com as Vozes, igual com o Beepo na banheira.



(Isso tudo é só brincadeira, não estou ficando louco de verdade, ok? O quê? Cala a boca, Beepo, estou falando sério, é só brincadeira. Como assim, você quer escrever um pouco? Não, sai daqui. Não, só eu posso escrever. Não importa se você acha que escreve melhor que eu. Quem te falou? Mentira dela, eu escrevo BEM melhor. Ok, depois eu deixo você escrever um pouco. Calma, tá bom, no próximo eu deixo, tá? Ah não, o próximo inteiro não. De jeito nenhum. Francamente é muita petulância sua querer escre- opa! Calma aí, Beepo... onde você arrumou essa faca? Calma... devagar... certo, o próximo post é todo seu, controle-se...)

Travestis, Muçulmanos e Felicidade

Amo programas absurdos na televisão. Não digo absurdos tipo aquele bando de gente pobre e feia pulando ouvindo música de gente pobre e feia em estúdios tenebrosamente decorados e péssimamente iluminados enquanto algum imbecil comanda toda da "diversão". Digo programas absurdos tipo "I Want a Famous Face", que é um novo programa/documentário/reality show da MTV, no qual pessoas ridículas ganham toneladas de cirugia plástica por conta da MTV para parecer mais com alguém idolatrado pela pessoa ridícula da semana. O melhor que vi até agora foi de um(a) travesti pré-op magrelo(a) chamado(a) Jessica, que queria parecer com sua musa inspiradora, a curvilínea J-Lo. CLARO que foi um desastre completo, porque, afinal de contas, é um homem (na verdade é uma mulher, tadinha, PRESA, tadinha, num corpo de homem, e um homem bem feio pra começo de conversa), e apesar das minhas diferenças artísticas quanto às habilidades como cantora e atriz de nossa prezada popozuda portoriquenha, confesso que, bem, seu popozão portoriquenho não deixa nada a desejar, exatamente o contrário do popozinho magrelo de nosso(a) amigo(a) Jessica, que mais parece, bem, mais parece uma bunda de homem, fato amplamente justificado pelo fato de SER uma bunda de homem.

Mas o que realmente amo neste tipo de programa absurdo não é nem observar como as pessoas são absurdamente idiotas (vejo isso mais como um bônus adicional), e nem ver como as pessoas se acostumam rapidamente e agarram desesperadamente aos, no caso, 20 minutos de fama (outro bônus adicional), e, ainda, nem é rir do(a) travesti que quer ser modelo depois das plásticas (sério, modelo. Juro. JURO, é verdade! Tipo Primavera/Verão 2005 Gucci, modelo de passarela mesmo! New York Fashion Week, Cocaína, Veuve Clicquot, Evian, Miuccia Prada, o serviço completo).

O que amo é que sempre que aparece um programa absurdo desses, algum idiota vai escrever uma matéria idiota sobre como é um absurdo, como a sociedade perdeu seus valores, como não existem mais limites na luta pela audiência, como a juventude de hoje blábláblá. Isso sem contar os idiotas que, inevitávelmente, escreverão sobre como as pessoas são insatisfeitas com a própria aparência, e a mídia nos convenceu que todos precisam ser perfeitos e blábláblá.

Não entendo as críticas. Não entendo mesmo. A sociedade perdeu seus valores? Ah, tá, porque, como todos sabemos, o primeiro estupro da história da humanidade foi em 1992, e o primeiro homicídio em '94, não foi? Antes disso, éramos todos cidadãos bons, gentis, educados, religiosos e tudo corria bem, né? Nada de incesto, roubo, tortura, guerra química e unhas encravadas, né?

Que se fodam os valores da sociedade, porque nenhuma sociedade TEM valores. Pelo menos não valores que valham a pena. Qual foi a última sociedade dominante cujos valores giravam em torno de sexo pervertido, drogas leves e passar o domingo à tarde sentado jogando conversa fora num café ensolarado? Nenhuma, o que prova que ninguém sabe merda nenhuma sobre nada.

Na verdade, as únicas pessoas que ainda tem valores fortes são os muçulmanos radicais, e eu CAGO de medo de muçulmanos de qualquer tipo, quanto mais os radicais, porque eles são LOUCOS e ainda matam todo mundo, esperem para ver.

No mais, a vida é uma merda, a sociedade é uma merda, religião é uma merda, a juventude é uma merda, gente velha é uma merda, e a MTV é REALMENTE uma merda, mas pelo menos é uma merda divertida, porque, querendo agradar às massas, mostra o tanto que as pessoas são idiotas e, para bater na mesma tecla mais umas cinquenta e sete vezes, o tanto que tudo é uma merda. Ninguém é REALMENTE feliz e contente, apenas temos momentos felizes. Felicidade é um cigarro, é um biscoito de chocolate, é sexo oral de vez em quando. Como disse alguém que não lembro mais quem é, felicidade constante é algo que inventaram para tornar propaganda de margarina mais eficaz.

Eu dou todo o meu apoio para pessoas burras o suficiente para acharem que é possível ser realmente feliz, e dou todo meu apoio e um cantinho no Bewegung para pessoas burras o suficiente para acharem que um(a) travesti horroroso(a) pode virar a Jennifer Lopez e detonar na carreira de modelo com apenas algumas plásticas e uma aparição num programa absurdo na MTV (é preciso bem mais, é preciso também de curvas agradáveis, nem a mais vaga sugestão de talento e MUITAS aparições em MUITOS programas absurdos na MTV. Ah, e nascer sem pinto ajuda bastante).

Amo todas as pessoas idiotas do mundo. Afinal de contas, se não fosse por todas estas pessoas, estas pessoas burras assim, sobre o que eu escreveria aqui?

Não Leiam Este Post

Geralmente tento ser engraçado, cínico, irônico e pelo menos um tanto quanto escroto em meus posts, mas hoje não dá. Estou mau humorado, mas não mau humorado divertido e rabugentamente cômico, mas mau humorado de chutar cachorros na rua, ou pelo menos pensar muito a respeito de chutar cachorros na rua, mas provavelmente não fazê-lo, pois cachorros na rua geralmente estão acompanhados de donos de cachorro na mesma rua, a no máximo alguns metros do cachorro. Claro, é possível argumentar que basta esperar aparecer um Dono do Cachorro seja de fato uma Dona do Cachorro, em torno de 70 anos de idade e quase cega, andando puxando a perna direita por causa do derrame e tentando não cair e quebrar a bacia, o que imagino ser a grande emoção da velhice, fugir do terrível destino de ser uma pessoa tive-uma-queda-em-que-quebrei-a-bacia-e-nunca-mais-pude-sair-da-cama-e-agora-uma-enfermeira-limpa-meu-rabo-todo-dia, ou algo assim. Desta forma, é seguro chutar o cachorro sem represálias, tirando a própria consciência pesada depois que a velha tomar um susto tão grande que cause uma queda e uma bacia quebrada.

But I digress...

Voltando ao que me inspirou a escrever este post: Conversando hoje com um amigo meu, percebi que uma coisa que tem me perturbado nos últimos tempos é que, como disse Fernando Pessoa, Estou hoje divido entre a lealdade que devo, À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, E à sensação de que tudo é um sonho, como coisa real por dentro.

Não sei se isso tem alguma relação com o que estou sentindo, mas pelo menos expressa uma certa sensação de dualidade, algo que está me incomodando. Especificamente, estou dividido, por um lado, entre a saudade enorme de Belo Horizonte; mais especificamente ainda, a saudade das pessoas que amo e que, por existirem, me ajudaram a criar um senso de quem sou, e à consciência cada vez mais forte de que é inconcebível morar em Belo Horizonte depois de morar em Berlim; inocência perdida ou algo do gênero. Entendam bem, não é esnobismo ou uma demonstração da mania agressivamente brasileira de desdenhar a realidade Tupiniquim, é apenas uma constatação racional da realidade. Berlin é uma cidade vibrante, cinética e em eterna mutação e movimento; é uma cidade de noites infindáveis, mas também uma cidade de manhãs memoráveis e tardes invejáveis. É uma cidade de bares e boates que nunca fecham, mas também uma cidade de parques e lagos e árvores e cafés charmosos e toda essa viadagem.

É uma cidade dividida entre o passado oriente-ocidente e a certeza de que isso não faz diferença nenhuma, tirando o fato que os Ossies (pessoas da ex-Alemanha Oriental) são quase invariávelmente mais simpáticos que seus equivalentes ocidentais. Berlim não é Alemanha, todos fazem questão de frisar este fato. CLARO que não é Alemanha, a Alemanha é um país chato e entediante cheio de gente chata e entediante, e Berlim é um diamante cravado numa coroa de latão.

É uma cidade impossível de não amar, mesmo quando o dia está cinza, frio e chuvoso, e a vontade de chutar velhinhas e cachorros está quase incontrolável.

Quem quiser reclamar que este post está um saco, por favor volte e leia o título.

Spread the Hate

Tive poucas namoradas. É importante deixar claro que Namorada quer dizer o serviço completo... Conhecer os pais, andar de mão dada na rua, mandar flores, empurrar a cabeça para baixo com as duas mãos na tentativa desesperada colocar certa parte de sua anatomia dentro de certa parte da anatomia dela que, se não foi projetada para tal fim, engana bem. Esse tipo de coisa, carinhosa e explodindo de amor. Não estou falando de alguém que você encontra quase sempre mas que de vez em quando acaba bêbada e pelada, isso não é namorada. Isso chama "não, ela é só uma Amiga", e é um dos motivos pelo qual o barbudo que mora nas nuvens inventou o casamento, para parar com essa putaria toda.

(ah tá, porque isso tive de MONTÃO sim... namoradas, poucas, mas sexo casual e gratuito, todo dia... a-hã... você, hein, Matias! Quem não te conhece que te compre... vários presentes bacanas e caros, de preferência coisas pequenas cheias de botõezinhos e luzinhas com finalidades não muito claras desenhadas por algum grupo de Suíssos geniais.)

Mas as poucas que tive, tinham algumas coisas em comum. Primeiro, uma relutância inicial fortíssima. Nunca namorei sem ter que batalhar meses e meses antes, e sempre foram batalhas razoávelmente árduas. Engraçado, porque normalmente tenho a persistência e força de vontade de um fósforo molhado num dia ventoso (esse traço invejável do meu caráter tem uma relação clara e direta com o fato da média de posts ser de um a cada 15 dias), mas ocasionalmente uma idéia aloja no caos escorregadio e preguiçoso do meu crânio e fica lá enchendo o saco até ser atendida.

Além disso, acho que todas me odeiam.

Agora, vocês podem protestar que isso é improvável.

Acho que quase todas, pelo menos. Se alguma estiver lendo isso e pensar Não, não odeio o Matias, fique à vontade para comentar e explicar alguns motivos para não me odiar.

Alguns protestariam que isso é ALTAMENTE improvável.

Se TODAS estiverem lendo isso e pensarem Não, não odiamos o Matias, fiquem caladas para não estragarem o efeito do texto. Caso nenhuma nunca leia isso, não me surpreenderei, já que todas me odeiam. Tenho certeza disso.

Antes que protestem que isso é praticamente impossível, tenho provas. Juro. Não provas irrefutáveis e definitivas, mas provas. Na verdade, uma prova, uma prova geral para todas. A grande prova que todas me odeiam é: (imagine agora um baterista, mas igual aos do show da Xuxa, só com uma caixa e um prato, sem mais nada, e ele está batendo frenéticamente as baquetas contra a caixa fazendo um tr-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r que chama Drum Roll em inglês e alguém me disse uma vez que chama Toque de Caixa em português, mas toque de caixa soa péssimo, mas isso não é o tema deste texto, só um efeito para dar mais drama ao que eu ia falar que agora esqueci, ah é, lembrei) A grande prova que todas me odeiam é:

Todas já me disseram isso.

Todas já me disseram isso, e não durante uma briga ou algo assim, sempre foi dito um pouco friamente e sempre quando o namoro já tinha passado pelo auge e pela maior parte do declínio, e estava caminhando a passos largos para o território da Piada de Mau Gosto.

Em ordem cronológica.

1. "Você é um bosta"

2. "Clique"
(isso é um telefone desligando, o que foi a única coisa que ouvi, mas se vocês ouvissem o desprezo e ódio com o qual o telefone fez clique, que foi o máximo possível considerando que um telefone é um objeto inanimado incapaz de expressar ódio e desprezo, seja com cliques ou com qualquer outro barulho mecânico, entenderiam)

3. "Você tinha que aparecer, fuder tudo e depois desistir, que porra, eu te odeio"

4. "Você foi a pior coisa que me aconteceu"

Na verdade, a primeira foi inventada, porque a primeira não conta como namorada porque durou uma semana e a grande frase foi "acho que não tá rolando", frase que respondi com o genial "é", o que é mais próximo da realidade que "Você é um bosta", mas convenhamos que atrapalha um pouco minha teoria, não acha?

Na verdade, enchi tanta linguiça que não discuti os motivos pelos quais todas me odeiam, que (acho) era a intenção original deste texto. Vamos precisar de mais espaço. Vamos precisar de Spread the Hate II.

TO BE CONTINUED



(estou tentando dar o mesmo efeito do Guerra nas Estrelas quando acaba com eles olhando pela janela da nave, mas sem a ansiedade de não saber o que vai acontecer, já que o máximo que pode acontecer é mais um texto um pouco longo demais e um pouco entediante demais)

Dr. Strangesunday ou como aprendi a parar de preocupar e odiar o domingo

Domingo.

O que dizer sobre tal dia... domingo? Na verdade, é difícil escrever sobre o tema, principalmente porque hoje é domingo, mas também porque é meio batido; TODO MUNDO odeia domingo, acho que só meus pais gostam, talvez mais umas duas ou três pessoas no mundo, mas em geral o consenso é que domingo é um cu dentro do outro...

Já que pelo menos há um consenso quase geral, é importante conhecer o inimigo.

Para começar, é preciso discutir o fim de semana como um todo.


Sábado

Antigamente, Sábado era O DIA pra sair e se divertir... era o único dia totalmente devotado a preparar-se para a noite... Mas depois de um tempo, começou a encher o saco e o povo começou a apreciar a Sexta...

Sexta-Feira

Sexta é um dia cheio de possibilidades... sair direto do trabalho e emendar, ou passar em casa para tomar um banho e trocar de roupa, ou sair direto do trabalho e só bem mais tarde passar em casa para tomar um banho e trocar de roupa, ou só ficar em casa mofando na frente da TV: é um dia sem pressão e sem riscos! Afinal, se a noite de sexta for uma bosta completa, tá lá o Sábado como um plano reserva, uma última chance de se divertir antes do infame Domingo.

Quinta-Feira

Depois que todo mundo aceitou a Sexta como um dia bacana de sair, beber, dançar e etc, começou a ficar quase tão óbvio e batido que o pessoal mais hardcore decidiu que Quinta-Feira era a nova sexta, o dia mais legal pra sair... tudo abre, mas nada lota demais, e a grande massa ignorante fica em casa vendo novela.

Quarta-Feira

Quarta agora é a nova Quinta. Acreditem.

o que nos leva ao...

Domingo

Boa parte da minha vida é dedicada a descobrir curas para o Domingo, descobrir novos métodos para sobreviver mais uma vez ao dia mais profundamente entediante de todos. Domingo é o dia para acordar e desesperar imediatamente. Tenho certeza que domingo seis da tarde é o campeão mundial de suicídio, ganha até de perder a plantação de café na Índia.

Achei duas opções viáveis, cada uma com seus prós e contras.

Primeiro, tem a possibilidade de passar o domingo inteiro bêbado. É interessante, e permite várias coisas divertidas antes proibidas, tipo ficar bêbado 11 da manhã. Não se preocupe, você não é um alcoólatra, só é alcoólatra quem bebe TERÇA 11 da manhã. Presumindo que tudo correu bem, agora são 3 da tarde num domingo ensolarado e você está sentado na varanda da sua casa com alguns amigos e várias garrafas de champanhe vazias espalhadas pela casa, e, espero, várias cheias esperando na geladeira. Se isso não fizer seu estilo, pode tentar a segunda opção, que é

Passar o domingo inteiro curando uma ressaca monstruosa depois de beber umas três garrafas de vinho vagabundo na casa de um povo que você nunca viu na vida nem nunca vai ver de novo, numa festa em que você só conhecia duas pessoas e uma já foi embora, porque já são cinco da manhã e você já nadou na piscina em formato de feijão que você não via há anos só com sua cueca com a bandeira do reino unido na bunda, depois de sair da sauninha junto com um bando de gente bêbada, uma delas a gatinha que você conhece e gostaria de comer e, o mais assustador, um cara estranho que ficou falando sozinho durante horas e que aparentemente é a única pessoa da festa que é mais penetra que você, e quando você menos espera está bebendo de novo e você está tendo conversas super interessantes com pessoas super interessantes que você nunca viu na vida e por acaso uma delas é o namorado da menina que você conhece e queria comer até descobrir que a casa é dos pais do namorado dela, e o velho é o pai super bêbado e party animal do namorado dela, que vai daqui a uma semana pra rússia ficar um ano, não o pai mas o namorado, então até que ainda tem chance de comê-la porque, afinal de contas, um ano é muito tempo, mas bacana mesmo era a menina com o all-star de couro e visual de menina doidinha, só é pena que você fez um comentáriozinho engraçado sobre como você adora o visual dela de menina bêbada com all-star de couro e ela só entendeu "adoro", "bêbada" e "couro" e achou que você estava fazendo alguma sugestão sadomasoquista bizarra e ficou com medo e saiu de perto e até tudo ser esclarecido você já estava bêbado demais pra ter uma conversa inteligente e só jurou que vai tentar encontrá-la de novo para provar que você não é um sadomasoquista estuprador bizarro, e agora todo mundo tá levantando pra ir embora e vamos lá, porque até o super penetra que fala sozinho tá indo, mas descobriram que ele é amigo de quase todo mundo, só os donos da casa que não conhecem o sujeito, então é melhor ir, vamos lá, metrô e andar um pouco e outro metrô e até mais, lucio, e mais um metrô porque porra essa festa era longe pra caralho, e andar mais um pouco e meu prédio e a porta do meu prédio e a minha porta e a chave e porra de fechadura e deixa a chave cair no chão e pega de novo e porra de fechadura e tenta abrir ah não esse lado tranca porra de fechadura e abre e fecha e lembra que a chave ficou na porra da fechadura e abre e pega a chave e fecha e tropeça até na cama e tira a roupa e deita e olha pro relógio já são 4 da tarde, já dormi e acordei e putamerda que ressaca mas pelo menos já passou boa parte do domingo, mas juro que domingo que vem é prosecco na varanda e nada de festa sábado.

Sonhos de Uma Noite de Verão Não Muito Quente, Talvez Até Um Pouco Fria e Ventosa, Mas Uma Noite de Verão do Mesmo Jeito

Uma vez na vida, eu tive 15 anos de idade. Eu sei, é vergonhoso, extrema falta de educação e polidez, mas infelizmente quase todo mundo passa por uma fase de ter 15 anos de idade... são poucos os que são perspicazes o suficiente para fazer 16 anos de idade no aniversário logo após o de 14. Eu, hoje perspicaz o suficiente para saber disso, não soube disso quando faria alguma diferença ser perspicaz o suficiente para saber esse tipo de coisa.

Acho que 15 anos é a idade mais imbecil de todas, com a possível exceção de 103, que é quando o indivíduo, que outrora teve 15 anos de idade (ou não, já cobrimos esse assunto), está tão retardado do ponto de vista racional e descontrolado do ponto de vista do esfíncter que, basicamente, vira uma fábrica de cocô e de vergonha para a família.

Mas voltando aos 15 anos...

É a fase quando as pessoas escolhem fazer coisas idiotas, tipo deixar o cabelo crescer e ouvir rock progressivo, ou roubar uma arma do arsenal do pai e matar metade da escola, mas até hoje esse fenômeno se limitou a alguns habitantes dos Estados Unidos, e como tive 15 anos de idade no Brasil, não vem ao caso.

Mas enfim, Pink Floyd é um saco. Os três primeiros parágrafos seriam uma lenta e delicada construção para chegar nesta frase bombástica, e eu até tinha um plano cuidadoso para tal, só que formulei o plano durante um sonho que tive ontem à noite, logo após fazer doce, lindo e delicado amor com o corpo decapitado (mas perfeita e totalmente vivo e de completamente de acordo com o que estava acontecendo, a cabeça simplesmente estava muito ocupada para comparecer) de uma menina que beijei um pouco algumas vezes mas nunca comi durante os momentos acordados da minha vida, tudo isso no jardim da antiga casa da minha vó, que já foi demolida, no caso não a minha vó, mas a antiga casa da minha vó, o que deve significar algo, não o fato da casa já ter sido demolida, mas o sonho todo, e quando acordei lembrava perfeitamente de como ia fluir da cretinice dos 15 anos de idade para minha opinião sobre o Pink Floyd, mas em algum momento entre acordar e me masturbar no chuveiro o sutil e delicado plano fugiu e ainda não voltou, mas pelo menos teve a polidez de deixar um bilhete promentendo que dava notícias, mesmo sendo provavelmente mentira, pois já passaram-se horas e nada, mas mentira ou não, foi polido.

Enfim!

Passei boa parte da minha adolescência escutando Pink Floyd, até a cortina de fumaça dissipar, referência que, para quem não entendeu, diz respeito ao tanto de maconha que fumava quando tinha 15... não quero assustar a Tradição nem Família (não se preocupe com a Propriedade, nada assusta propriedade, com a possível exceção do MST) mas é importante deixar claro que não estava nas condições normais de temperatura e pressão, estava alterado e sob efeito de narcóticos.

Quando a tão polêmica cortina se levantou, percebi: rock progressivo é um saco, agora entendo! É só para cabeludos e/ou barbudos que gostam de ficar sentados "sentindo" música ruim e lenta e chata e repetitiva e com letras cretinas e pseudo-cool-espiritualmente-fascinante durante horas! awhnm, não preciso ouvir essa merda! além do que, rock progressivo não teve influência nenhuma em nada no mundo da música que não fosse tão bosta quanto o rock progressivo em si! ah bom! Ufa, posso parar!

No mais, já tive várias discussões com amigos sobre o verdadeiro valor dos Beatles na música, se realmente foi tudo isso... discussões que não vou repetir aqui para não entediar todo mundo (aprendi a lição sobre postar conversar online) mas básicamente acho que os Beatles foram uma bandinha razoável que vendeu muito bem.

Ou seja, a grande diferença é que os Beatles são quase audíveis... quer dizer, não dá pra escutar mesmo, porque todas as músicas já foram tocadas muito além do limite da tolerância humana para repetitividade, mas mesmo assim, são umas musiquinhas bem boazinhas!

Agora, Pink Floyd é um saco.

Um saco mesmo.

Tipo, sacão! Não é aquele saco limpinho, um pouco enrugadinho, com os cabelinhos aparados, é um sacão velho fedorento enrugadão cheio duns pelões enormes saindo pra tudo quanto é lado.

São cabeludos cretinos que se achavam super fodas, e, tirando o fato de hoje serem todos grotescamente ricos, não salva nada, e quem escuta essa chatice hippie em 2004 deveria ter vergonha de desperdiçar oxigênio respirando.

Ah, e outra: para a alegria geral dos povos livres do mundo ocidental, parece que, finalmente, um rolling stone vai pro saco! O baterista tá com câncer, e estamos todos de dedos cruzados na esperança de que isso FINALMENTE conveça a banda a dizer chega, aposentar e dedicar o resto da velhice à jardinagem, à filantropia e ao uso recreativo de drogas pesadas. Infelizmente, é só o baterista que está de saída, e é possível que, mesmo depois disso, eles continuem lançando discos insanamente insuportáveis e fazendo turnês geriátricas pelo mundo.

Por favor, no more! Ninguém aguenta mais disco novo dos Rolling Stones! PLEEEEEEEEASE!

No mais, eu já falei que Pink Floyd é um saco?

Nunca Mais Soluce ou O Susto Enorme de Uma Garota Ingênua Partes I & II

Tenho um amigo chamado Luiz, meu colega de apelido... não lembro mais quando começou, e acho que nunca entendi realmente o motivo, mas para o Luiz, eu sou Johnny, e o Luiz é Johnny para mim. Creio que a maior parte das pessoas lendo este blog conheça o Luiz também, mas, assim como todos seus amigos de pelo menos 4 anos atrás, sei de um detalhe um tanto quanto pessoal sobre meu amigo Johnny/Luiz.

Se a memória não me falha, conheço o Johnny há cerca de oito ou nove anos, o que, para alguém de 25, é muito tempo. Durante boa parte desses oito ou nove anos, por motivos que até hoje não se tornaram claros, ele sempre fez questão de deixar claro que era, digamos, bem dotado. Agora, por "deixar claro" não quero dizer da forma tradicional, que é mentir e exagerar seus dotes para compensar o terrível senso de inadequação e insuficiência que todo homem sente em relação ao próprio pênis (também conhecido como O PAU, denominação que irá prevalecer durante o resto do texto). O que quero dizer com "deixar claro", no caso do Luiz, é mostrar, frequentemente, o pênis (também conhecido como O PAU DELE, como será chamado pelo resto do texto. Na verdade, para ser engraçado, vamos chamar o pau dele de Alcebíades, porque sempre quis escrever um texto com um personagem chamado Alcebíades, e a chance só apareceu agora).

Enfim, o Luiz curtia expor o Alcebíades ao escrutínio alheio, e, confesso, tornou-se um expert em achar os momentos mais inusitados e improváveis para fazê-lo. Sendo assim, não dava para prever quando ouvir Ô Johnny resultaria em algum comentário engraçado ou um convite para ir beber, quando deveria sair correndo pois assim que virasse para perguntar O que foi?, daria de cara com o Johnny e o Alcebíades, um pendurado pra fora da calça do outro, e acho que dá pra adivinhar qual estava pendurado pra fora da calça de qual, pois apesar do Alcebíades ser razoávelmente gigantesco, não tem um metro e oitenta...

Bom, esses três primeiros parágrafos foram, essencialmente, só para tentar explicar que sei que o pau do Luiz é grande, sem parecer mais viado do que o absolutamente necessário. Espero que tenha sido bem sucedido, pois caso contrário gastei centenas de palavras a toa, e ainda terminei parecendo uma bicha que fica encarando o pau do amigo.

Em suma, o Alcebíades é grande, bem grande, fato que o Johnny sempre frisava, nos raros momentos que o pudor impediam Alcebíades o cíclope de sair para passear, respirar novos ares, ver novas paisagens, enfim, tentar entrar em contato com o que é sua essência Alcebidíaca, quando fora da cueca.

Uma noite, estavam várias pessoas na casa de um amigo meu, inclusive o Luiz apesar de ser um grupo de amigos meus que o Luiz interagia pouco... Sábado à noite, bebendo, fumando, jogando conversa fora, e, por acaso, estavamos apenas eu, o Luiz, uma amiga minha, carioca, que se chama Bárbara, mas que, por motivos éticos, vamos chamar de Arlete, e uma outra amiga minha, que se chama Renata, mas que vamos chamar aqui de Valdirene. Em determinado momento, não lembro ao certo por qual razão, veio à tona quem era Alcebíades, e que suas dimensões eram ligeiramente estarrecedoras (o Luiz até hoje bate o pé que eu que falei, mas não lembro disso).

Arlete não perdeu a oportunidade, e exigiu que uma prova concreta fosse produzida, imediatamente, momento que Valdirene escolheu para murmurar algo como, Ah, não, tô fora, e sair da sala.

*****
A segunda metade deste texto tá no blog do Luiz... chama O Genuíno
No fundo eu acho que isso é truque dele para roubar leitores, mas a idéia de um joint-venture interblog é até quase inédita e razoávelmente divertida... daqui a uns tempos eu coloco o texto todo aqui, mas por enquanto, entrem n'O Genuíno para lerem o resto.
*****

Bom, agora que o resto sumiu da página principal do Genuíno, não vou fazer ninguém fuçar nos Archives de lá... tá aqui a segunda parte...


Luiz levantou.

Parou.

Levantou.

Parou.

- Johnny, mostro?

- Mostra, sô! Arranca pra fora aí, larga de frescura, respondi.

- Não, não vou mostrar, disse Luiz, momento no qual Arlete decidiu se manifestar, reunindo toda sua carioquice em um desafio...

- Apossssto que é PEQUENO.

Ah. Erro fatal. O Luiz é um sujeito razoávelmente calmo, equilibrado (hmmm... é o mesmo Luiz que conheço?) mas ao ouvir tal acusação, tal ABSURDO, não teve dúvidas.

Sentado onde estava, vi o seguinte:

1. Luiz levantando, ficando de costas para mim.

2. Arlete rindo e olhando, alternadamente para mim e para onde sairía em breve o Alcebíades, acontecimento o qual, claramente, ela não considerava como possível.

3. Um movimento repentino por parte do Luiz.

4. Um desenho animado, onde os olhos da Arlete pularam pra fora das órbitas, o queixo caiu no chão e a língua rolou pra fora igual um tapete vermelho.

5. Um sonoro VIU? por parte do Luiz.

6. Um tímido balançar afirmativo de cabeça por parte da Arlete, que, há essa altura, já havia recolhido a língua e o queixo do chão.

7. Um movimento calmo de recolhimento por parte do Luiz.

8. Um sorriso de vitória estampado em toda sua glória na cara do Luiz, enquanto eu tentava identificar de a fonte da gargalhada descontrolada e Barulhenta, mais tarde identificada como o Johnny, mas não o Johnny Luiz, o Johnny Eu Mesmo.

Cigarette Etiquette II

Regras para um bom fumar

1. Fumar pouco. Fumar um maço por dia acendendo um cigarro no último restinho de brasa do anterior tem todo o charme, estilo e sofisticação de uma boneca inflável, e se bobear ainda aquela que é um travesti, que é das coisas mais horrendas do mundo, porque tem meio cara de homem, além, é claro, do pinto de borracha. Mas enfim, fumar muito está para a arte de fumar como devorar alguma coisa inidentificável que você achou no fundo da geladeira mas que ainda não está fendendo está para a arte de comer. Deu pra entender?

2. Não fume em locais proibidos, mas também não fume em locais expressamente permitidos. Fume nas zonas "cinzas"... Fumar na área de fumantes de qualquer lugar é muito comportadinho! Afinal de contas, você é ou não é um Fumante? No entanto, fumar em lugar proibido é meio chato, e quando alguém te pedir para apagar o cigarro, você vai ter que ceder, e não tem nada mais feio que fumante cedendo o direito de respirar a não fumante, fumante Barulhento não entrega os pontos nunca. Então, nas zonas "cinzas", indefinidas (halls de entrada, fila de banheiro, balcão de bar perto de área de não fumantes) você pode soltar um calmo, sorridente e esfumaçado não quando alguém lhe pedir para apagar o cigarro. Ah, o olhar de ódio das pessoas. Ah, o tanto que é Barulhento ser fumante.

3. Fume cigarro de verdade. Hollywood Menthol, Goudan Garam, cigarro de palha e aquela merda ridícula da folhinha de parreira ou sei lá o que enrolada nela mesmo que todos os hippies de Belo Horizonte fumaram uns anos atrás são piadas de mau gosto. Tenha dó, fumar cigarro com gosto de bala, de cravo, de bosta ou de nada, misericórdia. E, já que está fumando um cigarro de verdade, tem cigarros e cigarros:

4. Fume algo compatível com seu jeito de ser. Cada cigarro emite uma mensagem para o resto do mundo fumante, e é importante mandar a mensagem certa!

Cigarros Genéricos (Rodeio, Campeão, Ka, Té, Broaday, etc.)
bléééééargh!.

Derby
servente de pedreiro, faxineira, empregada doméstica.

Hollywood
mestre de obras, motorista de ônibus, estudante de sociologia.

Hollywood Paraguaio
motorista de caminhão, camelô, motorista de táxi.

Cigarros Esnobes (Dunhill, Gauloises, Yves Saint-Laurent, etc.)
perua cinquentona com 37 plásticas no currículo.

Cigarros Longos e Finos (Charm, Capri, etc.)
bicha velha

Free
classe média baixa

Marlboro Lights
clubberzinha que cresceu ou alternativo reformado, ambos entre 30 e 40 anos de idade

Carlton
playboys nojentos, patricinhas nojentas, e a Tereza, que não é nojenta e pode fazer o que ela quiser porque ela é foda e eu amo ela.

Marlboro
cowboy wanna-be, pessoinha alternativa, boy doidão

Lucky Strike White
pessoa bacana com princípo de enfisêma e ordens explícitas do médico para parar de fumar (ah mas vai parar de fumar sim)

Lucky Strike, o original
gente Barulhenta. Mesmo.

5. Fume até um ponto razoável no cigarro. Nada de fumar filtro, não tem heroína lá nem nada, desista. Fume até o cigarro começara a ficar quente, ou molhado, ou mole, ou todos os três, ou até chegar no final do papel fino do cigarro e começo do papel grosso do filtro.

6. Jogue cigarro na rua, no chão mesmo. Isso, na verdade, é só pra irritar os não-fumantes, e dar emprego pras formiguinhas da SLU, tadinhas! Além do que, se você seguir a regra 5, a formiguinha vai dar uns 15 tragos ainda no cigarro que você jogou fora! É até caridade jogar cigarro na rua, só tente evitar pilhas de folhas secas, poças de gasolina e mendigos deitados, para não provocar incêndios.

Cigarette Etiquette

Fumo desde 1995. Regularmente. Sem interrupções, tirando em Agosto de '97, quando fiquei muito gripado, e tive que segurar a onda e não acender um cigarro durante três dias... Além desse breve hiato, os últimos dez anos da minha vida foram uma enorme montanha de tocos de cigarro, acima de uma praia de cinzas, banhada por um mar de fluido de zippo, abaixo de um céu cheio de nuvens ligeiramente azuladas de fumaça de cigarro.

Vou terminar de escrever rápidamente, porque a polícia que fiscaliza metáforas, comparações e imagens visuais de terceira categoria já deve estar com a sirene ligada e pneus cantando, dobrando a esquina... enfim...

Tive altos (1 maço por dia) e baixos (meio maço por dia), mas sempre estive lá, firme e forte no Lucky Strike, exceto por um carnaval que precisou ser inteiro a base de Derby Suave, sobre o qual prefiro não comentar, aliás prefiro nem lembrar, aliás, talvez até apague essa última parte antes de publicar (ou talvez não). Enfim, sempre fumei, e sempre muito.

Até 4 meses atrás.

Claro que não parei de fumar, claro claro claro que não! Mas, por motivos de ordem financeira (3,50€/maço) tive que moderar meu consumo, que acabou caindo para algo em torno de 2-4 cigarros por dia, mais ou menos... Desde então, comecei a pensar muito (eu faço isso de vez em quando, esse lance de pensar, e às vezes acho que é bobagem, penso em parar de pensar, mas quando penso em parar de pensar estou pensando, então não posso parar de pensar, porque se parar de pensar não posso pensar em parar de pensar e pensar como vou fazer para parar de pensar e agora tô com um nó na cabeça, e vou deitar um pouco para espairecer, depois volto e termino esse texto).

Ok, como estava dizendo, comecei a pensar muito sobre o que é fumar, e qual o motivo pelo qual EU fumo. Cheguei a algumas conclusões, sobre cigarros, sobre o ato de fumar e sobre a vida em geral (mentira, é só sobre cigarro e fumar mesmo):

1. Fumar é MUITO bom. Muito bom mesmo. É verdade, e todos os não-fumantes fazendo carinha de nojo e franzindo a testa podem lamber meu cinzeiro agora e pararem de ler, porque este texto não é para vocês. Desejo a todos não-fumantes que adoram pedir para apagar o cigarro e explicar o tanto que faz mal fumar (ainda existem esses idiotas, os instrutores do anti-tabagismo, acredita?), desejo a todos esses uma morte vergonhosa, tipo morrer atropelado por um fumante que não estava prestando atenção na rua, por estar imerso no complexo processo de acender um cigarro no acendedor de cigarros do carro sem causar uma queimadura de terceiro grau no próprio queixo.

2. Fumar é bom porque te dá algo para fazer quando você não tem nada para fazer mas quer parecer que tem algo para fazer e só não quer fazer, porque você quer é fumar. Ficar encostado no balcão de um bar, sozinho, sem ninguém, e conseguir fingir que você QUERIA ficar encostado no balcão de um bar, sozinho, sem ninguém, é uma proeza para poucos, e nenhum desses poucos não fuma, porque é preciso fumar um cigarro encostado no balcão de... bom, deu pra entender, né?

3. Fumar é super Barulhento... um dos grandes prazeres de fumar é mostrar para o mundo que você é FODA! É aproveitar daquela atração proibida que as pessoas têm pela idéia de uso de drogas, sem o inconveniente de encher o braço de picadas, esvaziar sua conta no banco e, eventualmente, morrer de overdose em uma sarjeta imunda na parte mais imunda do bairro mais junkie de Londres (o que até tem um certo charme, mas pouquíssimo glamour ou sex-appeal).

Munido destas novas visões sobre a vida e o cigarro, vou fumar um cigarro agora, com muito mais gosto do que há apenas alguns minutos. Com licença, já volto.

Livin' La Vida Loca e meio atrapalhada das idéias

Esse post é uma conversa que tive no Messenger com uma amiga minha, (Gabriela **censurado**, estudante de **censurado** da **censurado**, **censurado** anos de idade, ex-funcionária do **censurado**... ela insistiu em ser identificada, mas não sei se ela queria dizer tão precisamente... enfim... se ela reclamar eu tiro os detalhes, né?)

Essa conversa aconteceu segunda-feira, 11:00 da manhã em Berlin (eu), 6:00 da manhã em Belo Horizonte (ela).

É um pouco longa, então quem não tiver saco é só não ler, só não quero Comment reclamando que é longo e entediante o post. Quer dizer, eu estou avisando AGORA, porra! É SÓ NÃO LER, entenderam? Mas quem quiser arriscar, EU achei engraçada a conversa, ok? Ah, e como meu messenger é em alemão, Gabriela said e Matias said vira Gabriela sagt e Matias sagt, ok?

Gabriela sagt: (11:13:21 Uhr)
Matias!!!!!!

matatas sagt: (11:13:29 Uhr)
meu deus, isso são horas??

Gabriela sagt: (11:13:32 Uhr)
nossa, que bom te encontrar aqui!

Gabriela sagt: (11:13:39 Uhr)
6

matatas sagt: (11:13:41 Uhr)
jesus

Gabriela sagt: (11:13:55 Uhr)
tipo, é uma longa historia

Gabriela sagt: (11:13:57 Uhr)
chamei uns amigo pra vir aqui em casa

Gabriela sagt: (11:14:09 Uhr)
bebemos bastante, **censurado**

Gabriela sagt: (11:14:18 Uhr)
nos divertimos, comemos bem

Gabriela sagt: (11:14:32 Uhr)
e as 5 e vinte, eles resolveram ir embora

Gabriela sagt: (11:14:43 Uhr)
eu fui leva-los lá fora

matatas sagt: (11:14:54 Uhr)
hahaha

Gabriela sagt: (11:14:55 Uhr)
o portao bateu, nesta hora

matatas sagt: (11:15:00 Uhr)
e agora tá sozinha e triste

Gabriela sagt: (11:15:00 Uhr)
fiquei presa do lado de fora

Gabriela sagt: (11:15:09 Uhr)
e os meus amigos já tinham ido

Gabriela sagt: (11:15:26 Uhr)
só, que eu moro em casa

Gabriela sagt: (11:15:32 Uhr)
e a porta estava aberta (da casa)

matatas sagt: (11:15:41 Uhr)
uhauhauhuhauhauha

Gabriela sagt: (11:15:48 Uhr)
comecei a tocar campainha, para o meu irmao acordar

matatas sagt: (11:15:55 Uhr)
que horror

Gabriela sagt: (11:16:08 Uhr)
só que eu toquei tantas vezes, que a campainha estragou

Gabriela sagt: (11:16:11 Uhr)
comecei a me desesperar

matatas sagt: (11:16:22 Uhr)
puta merda gabi

Gabriela sagt: (11:16:27 Uhr)
tentei pular o muro

matatas sagt: (11:16:28 Uhr)
que horror

Gabriela sagt: (11:16:33 Uhr)
não consegui

Gabriela sagt: (11:16:36 Uhr)
tentei de novo

matatas sagt: (11:16:38 Uhr)
e isso bebada e **censurado**

Gabriela sagt: (11:16:42 Uhr)
não consegui novamente

Gabriela sagt: (11:16:57 Uhr)
comecei a gritar o nome do meu

Gabriela sagt: (11:17:00 Uhr)
irmao

Gabriela sagt: (11:17:03 Uhr)
não adiantou

Gabriela sagt: (11:17:11 Uhr)
gritei mais

Gabriela sagt: (11:17:15 Uhr)
ainda nada

Gabriela sagt: (11:17:18 Uhr)
comecei a surrar o portão

Gabriela sagt: (11:17:33 Uhr)
tentei mais uma vez pular o muro

matatas sagt: (11:17:35 Uhr)
jesus

matatas sagt: (11:17:40 Uhr)
que epopéia

Gabriela sagt: (11:17:45 Uhr)
não consegui pela terceira vez (caso encerrado, nao tento mais, pensei)

Gabriela sagt: (11:18:03 Uhr)
continuei gritando por uns vinte minutos

Gabriela sagt: (11:18:11 Uhr)
o dia amanheceu

Gabriela sagt: (11:18:21 Uhr)
mais gritaria (e vergonha dos vizinhos)

matatas sagt: (11:18:26 Uhr)
jesus

Gabriela sagt: (11:18:34 Uhr)
até que o meu vizinho da frente

Gabriela sagt: (11:18:51 Uhr)
abriu a janela e perguntou se eu queria que ligasse aqui em casa

Gabriela sagt: (11:19:01 Uhr)
eu, com muito mais vergonha, respondi que sim

Gabriela sagt: (11:19:05 Uhr)
ele ligou

Gabriela sagt: (11:19:13 Uhr)
meu irmão não acordou

Gabriela sagt: (11:19:18 Uhr)
ligou de novo

Gabriela sagt: (11:19:20 Uhr)
nada

matatas sagt: (11:19:28 Uhr)
porra seu irmão é um bosta mesmo

Gabriela sagt: (11:19:39 Uhr)
da terceira vez (e eu pude ouvir a conversa)

Gabriela sagt: (11:20:04 Uhr)
o meu vizinho da frente falou: - Danilo, sua irma está presa na porta

Gabriela sagt: (11:20:12 Uhr)
e ele não sabia o nome do meu irmao antes

matatas sagt: (11:20:22 Uhr)
huhaahahahah

Gabriela sagt: (11:20:27 Uhr)
só aprendeu porque eu gritei muitas vezes

matatas sagt: (11:20:31 Uhr)
que papelão, hein gabi

matatas sagt: (11:20:32 Uhr)
AUHUHAUHAUHA

Gabriela sagt: (11:21:02 Uhr)
entao resolvi escrever isto no meu blog

Gabriela sagt: (11:21:05 Uhr)
agora

Gabriela sagt: (11:21:16 Uhr)
só que nao consigo lembrar a senha

Gabriela sagt: (11:21:19 Uhr)
nem o login

Gabriela sagt: (11:21:24 Uhr)
!!!

matatas sagt: (11:21:32 Uhr)
hehe

Gabriela sagt: (11:21:32 Uhr)
e estou ouvindo Rod Stweart

matatas sagt: (11:21:36 Uhr)
nossa

matatas sagt: (11:21:41 Uhr)
qual musica?

matatas sagt: (11:21:46 Uhr)
maggie may?

Gabriela sagt: (11:21:53 Uhr)
have I told you lately

matatas sagt: (11:21:53 Uhr)
ou algo assim?

matatas sagt: (11:21:57 Uhr)
meu jesus

Gabriela sagt: (11:22:02 Uhr)
hahahahaha

matatas sagt: (11:22:18 Uhr)
essa conversa vai ter maça-c maça-v pro bloco de notas

Gabriela sagt: (11:22:20 Uhr)
isto é alguem que vc escolheu para ser sua conhecida

matatas sagt: (11:22:29 Uhr)
credo, nem amiga?

matatas sagt: (11:22:33 Uhr)
"conhecida"

Gabriela sagt: (11:22:34 Uhr)
imagino que sim

matatas sagt: (11:23:19 Uhr)
mas não se preocupe, depois do momento minha meia-calça enlouquece trocadores de ônibus, eu já tinha entendido como a banda toca aí...

matatas sagt: (11:23:34 Uhr)
...então essa história me diverte mais que me assusta

Gabriela sagt: (11:23:43 Uhr)
sou até sua amiga né...

Gabriela sagt: (11:23:57 Uhr)
a mim também, mas na hora foi assustador

matatas sagt: (11:24:02 Uhr)
hahaha eu imagino

matatas sagt: (11:24:43 Uhr)
o porteiro do meu prédio tinha mania de levar os jornais pra porta de cada apartamento no domingo exatamente na hora que eu chegava em casa, e não tenho chave nem controle do portão nem nada

Gabriela sagt: (11:24:48 Uhr)
daí entrei no MSN pra entrar no meu e-mail. pra ver se tem algum e-mail guardado de quando eu fiz o blog

matatas sagt: (11:25:01 Uhr)
quantas vezes já estacionei na rua e pulei a grade...

matatas sagt: (11:25:06 Uhr)
qual o seu blog??

matatas sagt: (11:25:09 Uhr)
nunca entrei

matatas sagt: (11:25:12 Uhr)
nunca nem vi

Gabriela sagt: (11:25:16 Uhr)
mas grade é mais fácil de pular

Gabriela sagt: (11:25:29 Uhr)
www.**censurado**.blogspot.com

matatas sagt: (11:25:30 Uhr)
grade não, cerca

Gabriela sagt: (11:25:32 Uhr)
não é muito bom

matatas sagt: (11:25:47 Uhr)
nenhum é muito bom comparado com o meu

Gabriela sagt: (11:25:54 Uhr)
e poucas pessoas conhecem o link do meu blog

Gabriela sagt: (11:26:00 Uhr)
claro que não

Gabriela sagt: (11:26:25 Uhr)
mas no seu fotolog, o melhor comentario é o meu, sobre o relogio que projeta na parede

matatas sagt: (11:26:34 Uhr)
uhauhauhauha

matatas sagt: (11:26:37 Uhr)
foi mesmo

matatas sagt: (11:27:01 Uhr)
tirando meu tio que sugeriu que passasse a pomada chinesa pra cansaço na cabeça do pau, o seu foi o melhor

matatas sagt: (11:27:19 Uhr)
hahaha eu vi esse negócio da cerveja

Gabriela sagt: (11:27:20 Uhr)
este eu não li

matatas sagt: (11:27:26 Uhr)
as cervejarias estão super preocupados

matatas sagt: (11:27:29 Uhr)
preocupadas

matatas sagt: (11:27:36 Uhr)
que o povo tá consumindo menos cerveja

Gabriela sagt: (11:27:47 Uhr)
imagino que sim, é um assunto realmente preocupante

matatas sagt: (11:28:04 Uhr)
hahaah

Gabriela sagt: (11:28:10 Uhr)
eu sei...

Gabriela sagt: (11:28:25 Uhr)
eu ainda estou ouvindo Rod Stewart

Gabriela sagt: (11:28:42 Uhr)
o post da dentista é legal

Gabriela sagt: (11:28:44 Uhr)
os outros não

matatas sagt: (11:28:58 Uhr)
é bacana

matatas sagt: (11:29:03 Uhr)
depois leio o resto

matatas sagt: (11:29:27 Uhr)
para ser amigável, baixei umas duas musicas do rod stewart também

Gabriela sagt: (11:29:38 Uhr)
muito obrigada

matatas sagt: (11:29:56 Uhr)
iiiif you want my boooody aaaand you think i'm seeeeeexy coooome on sugar let me knoooow

Gabriela sagt: (11:29:58 Uhr)
quando estou discotecando, eu sempre digo: - Vamos lembrar do Matias

matatas sagt: (11:30:02 Uhr)
uhauauhaha

Gabriela sagt: (11:30:07 Uhr)
e coloco Teach me tiger

matatas sagt: (11:30:12 Uhr)


Gabriela sagt: (11:30:50 Uhr)
mas ainda não consegui lembrar a senha

Gabriela sagt: (11:31:06 Uhr)
na verdade, a senha eu sei (é sempre a mesma) não sei o login

matatas sagt: (11:31:23 Uhr)
putz que horror gabi

Gabriela sagt: (11:32:35 Uhr)
minha cerveja acabou, vou assistir um filme agora

matatas sagt: (11:32:42 Uhr)
uhahahaah

Gabriela sagt: (11:32:45 Uhr)
um pseudo-cult, baseado na vida da Sylvia Plath

matatas sagt: (11:32:49 Uhr)
putz gabi que horror

matatas sagt: (11:32:57 Uhr)
acho que vou colocar essa conversa no meu blog

Gabriela sagt: (11:32:59 Uhr)
pra ver se fico com sono

matatas sagt: (11:33:03 Uhr)
de tão deprimente

Gabriela sagt: (11:33:07 Uhr)
pode por

matatas sagt: (11:33:18 Uhr)
pode por?

Gabriela sagt: (11:33:22 Uhr)
eu concordo, vou colocar no meu também

Gabriela sagt: (11:33:23 Uhr)
claro

matatas sagt: (11:33:24 Uhr)
hehe

matatas sagt: (11:33:28 Uhr)
uhahuahah

Gabriela sagt: (11:33:35 Uhr)
dando os devidos créditos

matatas sagt: (11:33:38 Uhr)
claro

Gabriela sagt: (11:33:50 Uhr)
à minha patetica existencia

matatas sagt: (11:34:10 Uhr)
afinal, seria terrível se alguém não soubesse quem é a amiga que ficou tão bêbada e **censurado** que não lembrou que o portão bate e fecha

Gabriela sagt: (11:34:28 Uhr)
hahahahahahahahaha

Gabriela sagt: (11:34:35 Uhr)
esta é a parte menos engraçada

Gabriela sagt: (11:34:51 Uhr)
o legal é poder contar depois

Gabriela sagt: (11:34:51 Uhr)
omitindo alguns fatos

Gabriela sagt: (11:34:55 Uhr)
e aumentando outros

Gabriela sagt: (11:35:02 Uhr)
dramatizando mais

matatas sagt: (11:35:03 Uhr)
claro

matatas sagt: (11:35:11 Uhr)
mas eu tenho o registro real aqui

Gabriela sagt: (11:35:52 Uhr)
eu sei, de qualquer forma vou indo, ver Sylvia, com a Gwineth Paltrow (será que escrevi certo??)

Gabriela sagt: (11:35:57 Uhr)
pra ver se durmo

matatas sagt: (11:36:11 Uhr)
gwyneth

matatas sagt: (11:36:22 Uhr)
mas o resto tá certro

matatas sagt: (11:36:25 Uhr)
ops certo

matatas sagt: (11:36:31 Uhr)
ok boa noite para você

Gabriela sagt: (11:36:55 Uhr)
boa noite (o Rod continua cantando)

Gabriela sagt: (11:37:04 Uhr)
beijo

matatas sagt: (11:37:06 Uhr)
aqui também

matatas sagt: (11:37:09 Uhr)
bjo

1992/2004

Ontem, 29.06.2004, teve o show de Berlin da primeira turnê dos Pixies em 12 anos... Como se não fosse o suficiente, ainda teve Franz Ferdinand e Ash, e era o mínimo que poderiam fazer, depois de cobrar 45 euros e fazer o show na puta que o pariu... quase uma hora de metrô...

Mas enfim, vamos por etapas... O show do Franz Ferdinand surpreendeu pela espontaneidade e pelo tanto que os caras são bem-humorados. Aquele som feliz retrô é espelhado incrivelmente pelo visual feliz retrô da banda inteira, principalmente o cantor, que é a cara do Tim Roth e conversava tão bonitinho com a platéia, ele e o guitarrista, que é a cara do Kyle MacLachlan (o cara que deve ter comido o David Lynch durante uns 10 anos, porque está em Dune, Blue Velvet e Twin Peaks), soltando aquele sotaque mega Glasgow que dava até vontade de fazer cafuné em todos, principalmente depois que um deles sacou uma xícara de chá e foi prontamente imitado por todo o resto da banda. Claro que é difícil levar a sério uma banda que, não bastando ter uma música com o refrão Come and dance with me Michael, resolve transformar, ao vivo, em Come all over me Michael. Mas, mesmo assim, foi supimpa o show.

Já Ash, mais puta velha, tinha aquele "distanciamento" básico de superbandafamosa, e o comportamento compatível; enquanto o baixista do Franz Ferdinand ficou paquerando uma menina na primeira fileira (timidamente, tadinho), o Ash inteiro tinha aquele olhar perdido na multidão... o que encaixa muito bem com a "pose" da banda, de afirmar que ainda são uma super banda, apesar de, convenhamos, o auge já ter passado. Mas, devo admitir, não sabia que a nova guitarrista era TÃO gatinha, e, realmente, Ash é uma das poucas bandas que molham calcinhas de meninas de 15 anos de idade e que conseguem, mesmo com isso, não irritar o resto do mundo, igual os Menudos. E, convenhamos, Girl From Mars é uma PUTA música. Então, apesar de tudo, adorei quando o cara soltou um "rock me, sharon" pra guitarrista... acho que a emoção de abrir pros Pixies foi demais, ele não resistiu... foi bonitinho, porque deu pra ver que foi no calor do momento, pois a guitarrista não entendeu porra nenhuma, e atrasou o começo do solo... foi um desastre, na verdade, mas um desastre bonitinho, né?

O que nos leva, finalmente, à pièce de resistance, ao show da noite... Pixies... não sei nem o que falar sobre o show, porque não lembro muito bem de nada específico, só que o Frank Black e a Kim Deal tão duas vacas de gordos, o Frank tá com a cabeça (e as sombrancelhas!!!) raspada, e o Joey Santiago tá super bichinha conservadinha, alinhadinha e, pelo menos, tocando direito. Mas é impossível falar mais do show, porque conheço Pixies desde mais ou menos '96 ou '97 (ou seja, uns 4 anos depois que eles separaram), então NUNCA esperei ver um show deles, sempre foi uma banda que imaginava estar igual às fotos dos discos, cristalizada no tempo... foi um choque enorme ver os quatro subindo no palco... quem foi no show em Curitiba deve entender mais ou menos o que estou falando, mas foi meio sobrecarga, ouvir tudo aquilo ao vivo. Acho que não teria como ser ruim, acho que mesmo se os quatro sentassem no palco e tocassem olhando pro chão e mais nada, ainda assim seria incrível. Minha única tristeza foi não terem tocado "Ana", minha música predileta deles (tentei gritar na hora, pois estava na grade na frente do palco, mas não adiantou). Mas, porra, foi um show dos PIXIES, porra.

Até comprei uma camiseta pra mim.

Alcaparra

Depois de um texto fervorosamente contra livros, textos, palestras e toda a parafernália de auto-ajuda, escrevo um texto de auto-ajuda. Mas não auto-ajuda sentimentos, podemos te ajudar, você precisa entrar em contato com seu eu interior para explorar ao máximo seu potencial e toda esse lixo hippie new-age, estou falando de um texto literalmente de AUTO-ajuda... Quero ME ajudar, por isso estou escrevendo agora. EU, EU, EU e EU. Vocês que se fodam.

Sempre odiei Alcaparras. Sempre achei uma merda toda a idéia da Alcaparra. Não aceito que possa haver algo nascido assim, criado para ser assim. Parece mais uma ervilha que não deu certo... apanhava das ervilhinhas maiores no colégio, não conseguiu entrar numa receita bacana, como Farfalle com Presunto de Parma e Ervilhas, nem sua última esperança, virar ervilha congelada, deu certo; não arrumou um ervilho, ou se arrumou ele a largou, saiu do armário e foi morar com um kiwi sadomasoquista com fantasias sexuais perturbadoras envolvendo multiprocessadores e sorvete de creme... enfim, sei lá, deu tudo errado.

Assim, a pobre ervilha foi ficando velha, perdendo o gosto pela vida... com isso vieram as rugas, a flacidez e a amargura de uma vida fracassada. De tão velha e depressiva que a ervilha ficou, desistiu até do nome. Ervilha... um nome tão jovem, cheio de energia e repleto de esperança, despontando para um futuro ervilhescamente brilhante! Nada disso, uma ervilha sem fé na possibilidade de uma vida cheia de emoções precisa de um nome condizente com uma existência monótona e infeliz... um nome como, por exemplo, alcaparra!

Porque até o nome, Alcaparra... não sei, tem algo de escroto no nome... REALMENTE escroto; o parra parece meio porra, aí vira uma confusão só... Alcaparra, Alcaporra, Álcool Porra... uau, um novo drinque! Tequila, limão e porra. (na verdade, quem já tomou umas 5 tequilas direto sabe que vai ter porra em algum lugar... de preferência em alguém, mas nem toda noite acaba tão bem assim, né? Que atire a primeira pedra quem consegue encher a cara de tequila e não ficar tarado ao ponto de quase enlouquecer...)

Mas enfim, voltando à porra da Alcaparra...

Desde minha chegada à Alemanha, estou tentando superar meus traumas de comida, tipo brócolis, peixe, etc. O peixe foi tranquilo, mais porque era um trabalho em andamento; já gostava de sushi (como qualquer idiota que acha super cool comer sushi), e tinha começado o tratamento de peixes grelhados no Brasil; agora nenhum peixe me assusta, pelo menos não os mortos, porque quem já viu um badejo enorme na frente sabe que é FODA...

No entanto, esbarrei na Alcaparra. Só o conceito de comer alcaparras me perturbava ao ponto de pensar em escrever um texto como esse, deixando clara minha posição de anti-alcaparra.

Este texto terminaria aqui, provavelmente com um palavrão, porque descobri que terminar textos com palvrões dá um super efeito legal, de gente Barulhenta. Ainda mais quando é totalmente gratuito. No entanto, encontrei um problema, que invalida minha teoria.

Alcaparra é bom. Pra caralho.

Ainda mais com salada, crua, mas crua no sentido de direto do vidro... não tenho a menor idéia do que vem a ser o ciclo de vida de uma Alcaparra antes do estágio Vidro Na Prateleira, e até onde eu saiba, no sul da Itália existem campos enorme, brilhando e cintilando com reflexos do sol em milhões de vidros de alcaparras em conserva.

No entanto, apesar de meu recém-descoberto gosto por alcaparras, ainda mantenho meu posicionamento filosófico acerca dessas merdinhas, essas ervilhinhas frustradas.

Ah, e a parte de auto-ajuda é que descobri que posso tudo que quiser, porque se consigo gostar de alcaparras, nenhuma überfrau é desafio para mim.

PORRA!

Good Morning, Sunshine! Fuck You, Sunshine

Sou uma pessoa bem-humorada. Quem me conhece sabe que sorrio bastante, falo muita besteira, sou divertido e Barulhento. Porém nem sempre. Tenho um lado sombrio e desagradável, pronto para tentar tornar a vida alheia mais cheia de infelicidades e nervosismo. Básicamente, é a velha regra do mau-humor: não adianta estar emburrado se você não conseguir emburrar mais ninguém.

Sou fã número 1 de espalhar o mau-humor pelo mundo; hoje, arremesso (quase) toda minha ira à auto-ajuda, possivelmente a filha mais escrota que o final do Século XX pariu...

De onde vem a auto-ajuda? Acho que uma questão fundamental para entender a auto-ajuda é sacar de onde saiu esse equivalente literário a uma punheta burocrática terça à tarde: Auto-ajuda parte do princípio que todos podem ser felizes, desde que percebam que são indivíduos especiais e únicos, que têm todo o potencial do mundo, desde que explorem tal potencial, desde que queiram ser PESSOAS FELIZES E ESPECIAIS... desculpem, mas só o inglês tem a expressão correta para isso: What the fuck are you TALKING about??

Isso é loucura! Vocês ANDAM na rua? Vêem as pessoas? Alguém realmente acredita que todos são especiais e únicos e etc.? As pessoas são uma grande massa de idiotas completamente desprovidos de um detalhe interessante sequer; são criaturas óbvias, vazias, que não são nem especiais nem únicos, mas sim um grande grupo movendo como um bando de ratos rumo a um abismo, prontos para pularem, bando de imbecis. CLARO que existem zilhões de livros de auto-ajuda; com tantos idiotas susceptíveis no mundo, até eu gostaria de viver de royalties de alguma picaretagem horrível comprada por zilhões de debilóides desesperados por auto-realização e plenitute espiritual...

Então aqui vai um conselho para toda essa cambada de idiotas correndo atrás de fazer amigos e influenciar pessoas e tentando curar suas vidas: Largue de ser idiota e, ao invés de ler asneiras escritas por alguém ou burro demais para fazer qualquer outra coisa ou esperto o suficiente para não precisar fazer nada além de te fuder no rabo para ter um iate, arrume um vício em alguma droga vendida em farmácia e seja junte-se à massa do sorriso químico Prozac que é TÃO Século XXI!

Além disso, só me dou ao trabalho de comentar acerca de livros de auto-ajuda e afins, porque sempre tive uma sugestão a fazer: já que é auto-ajuda, joga fora a porra do livro escrito por algum pilantra semi-analfabeto, se ajude e vai tomar no cu, seu imbecil autômato sem vontade própria!

Ser Cool e Ser Barulhento

Curto tirar onda de Cool. Visual descolado, atitude um pouco blasé, pose cuidadosamente espontânea... quando não estou muito ocupado sendo Barulhento, inconveniente e ligeiramente desagradável, tento ser cool... mas... o que realmente é ser cool?

Estava sentado no Rosenthal café em Berlin tomando um espresso e ponderando esta questão ontem. Eu estava com um visual impecável, super domingo à tarde, óculos escuros, ipod, cópia da Colors, minha super sandália, fino ao extremo; indiscutivelmente charmoso, estiloso e super cool. Enfim, cheguei a algumas conclusões sobre o que é ser cool...

Ser cool é to just not care. Para ser cool, é preciso ser completamente indiferente em relação a coisas que desesperam e perturbam pessoas normais, tipo sexo, dinheiro e domingo. É preciso conseguir conversar com alguma gatinha que você cortaria fora o dedo mindinho com uma faca de manteiga para lamber a orelha como se você não desse a mínima se ela gostou de você, se ela te detestou ou se ela cortaria fora o dedo mindinho com uma faca de manteiga para lamber sua orelha. Ser cool é olhar para a orelha dela como quem lambe orelhas igual àquelas todo dia, até domingo, dia notório pela ausência de orelhas sendo lambidas. Ser cool é participar da comissão julgadora da final de um concurso de técnicas de sexo oral entre Anita Blond e Jenna Jameson como quem poderia ter muito bem só ido pra casa e daria na mesma. É não adorar demais de nada, mas não detestar demais também; nada merece uma reação tão forte assim, as coisas simplesmente são, nunca SÃO. Ser cool é sempre saber tudo que está acontecendo...

Ser cool é um saco.

O legal é ser Barulhento. Sou super fã do Barulhento. Ontem no metrô quase matei uma velhinha do coração quando atendi meu celular, porque sou BARULHENTO, e o povo aqui não é Barulhento. Não é Barulhento, não olha bunda na rua e não faz contato visual, não senta esparramado no metrô mesmo quando está vazio; todas estas formas de ser Barulhento, não necessáriamente precisamos falar para sermos Barulhentos

Taí, cansei de "cool". Agora sou Barulhento. (agora, né...)

À partir de hoje, a nova definição cool para pessoas cool é Barulhento. Não confundir com barulhento! Não é difícil ser barulhento, o difícil é ser Barulhento (sacaram a diferença?) ser barulhento é berrar coisas idiotas, ser desagradávelmente inconveniente, mexer com mulher na rua, repetir piadas velhas e sem graças, discutir a brados futebol, cantar músicas sobre beber cerveja e depois beber cerveja. Já ser Barulhento é ser tão divertido e engraçado e ter um senso de humor tão apurado que as pessoas adoram quando voce falar em decibéis de perfurar tímpanos durante doze horas ininterruptas depois de tomar oito espressos. Ser Barulhento é falar coisas absurdamente asquerosamente pornográficas com gente que voce conheceu há sete minutos, mas ser tão engraçado que não tem problema, é ser agradávelmente inconveniente. Ser Barulhento é explicar para a gatinha que você cortaria seu mindinho fora para lamber a orelha dela.

Ser Barulhento é o que há.

E, quem sabe, de repente ainda rola de lamber uma orelha sem ter que cortar nenhum dedo.

80s está drenando minhas forças

Estou chocado. Profundamente perturbado. Já me sentia um pouco incomodado com a quantidade de botas brancas de bico fino em Berlin... a galera tá enfiando a piroca mesmo na onda let's relive the 80's... roupa coloridassa, cabelão de pufe, sombra azul...
Tudo bem, já passou meu panico com o som, música de videogame voltando à ativa me assustou mas acostumei (de novo... são sons da minha infancia, né?). O design retro colorido e horrível, sob guisa de uma semi-brincadeira, que acabou tomando dimensões catastróficas, invadiu flyers do mundo inteiro.
Mas estou me adaptando bem, comprei uma calça jeans super azul, uma Levi's super justa e azul, muito azul, igual às que minha mãe comprava pra mim quanto tinha 5 anos de idade (eu, não minha mãe). Curto reaproveitar pequenos nacos estéticos do passado; o atual em qualquer era é uma construção de estéticas antigas com novas visões, novos parametros e opiniões. Normal e compreensível, e fundamental para o crescimento da moda, do design, até da arte... enfim, da vida.

Mas... Referencias. Pequenos recortes, detalhes... versões abrandadas da memória estética coletiva... Sabe a imagem que as pessoas que tem hoje entre 20 e 30 anos tem dos anos 80? Cabelão, ombreiras, legging com saia jeans e synthpop? Pois é, os alemães enlouqueceram. Adotaram TUDO até o extremo do crível.
Nada, nada podia me preparar para a cena absurda que presenciei sexta passada: numa boate super super mainstream, super average people, a britney não apareceu, j-lo nem em sonho, e nem as espevitadas christina e beyoncè deram as caras... Tracklist:

1. Like a Prayer - Madonna
2. (I've had the) Time of my life - Bill Medley
3. Summer of '69 - Bryan Adams
4. Don't let me be misunderstood - Santa Esmeralda
5. What a Feeling (do flashdance...) - ?
6. Without you (lembram? I can't liiiiiiiiiiive, If living is without youuuuuuu, I can't liiiiiiiiiiive, I can't liiiiiiiiiiive anymooooooore)

e por aí vai...

E o mais interessante era que ninguém lá tinha mais de 20, no máximo 23, eu e o casal que tava comigo eramos os coroas... 24, 25 e 27. Todo mundo parecia que tava comemorando ter feito 18 e poder entrar em boates. Gente nascida em 1986.

Arg.

PS: Voces sabem que vai sair Dirty Dancing 2?

Problemas com a Dé

Senti que minha admiracao por minha heroína nao poderia ser mantida em segredo, e decidi estabelecer contato... Coloquei um comentário no blog dela, e acho que nao foi tao bem sucedido... Ela nao entendeu muito bem exatamente a mensagem que quis passar, mas acho que nao foi só culpa do QI de dois dígitos da garota; reconheco que meu post pode ter sido um pouco genérico e confuso:


Puxa vida, Débora! Tá passando da hora de atualizar seu blog! Mais de uma semana já! Nunca te vi mas estou viciado no seu blog desde que mudei para Berlin; sempre que sinto saudades de BH leio seus posts e lembro a bosta que é o povo daí, aí a saudade passa... muito obrigado, e continue escrevendo!

matias | Email | Homepage | 15-04-2004 10:47:40


C vc odeia tanto o povo daqui, Matias, fique por aí mesmo e boa sorte, pq aqui vc não deve ter tido nenhuma...Se meus posts t fazem lembrar do qto aki é horrível, sinto dizer, mas t aconselho não entrar mais aqui, pq eu NUNCA quis passar a msg d q o Brasil é ruim...Tem problemas como todo país...Mas eu AMO o Brasil, e me orgulho d ser brasileira e de ter amigos brasileiros...T desejo tb bons amigos aí...Vc vai precisar...

Deh | 16-04-2004 20:55:31

Enfim, you win some, you lose some...

No entanto, uma análise de um autentico ex MonoBoy trouxe à tona uma discussao bastante interessante: seria a Dé uma impostora?? Leiam e decidam qual a verdade:

Tenho algumas considerações a fazer:

1_ a Dedé é realmente gatinha;
2_ Patricinhas não tem capacidade mental e motora de criar e manter um "fotoblog";
3_ Uma análise cudadosa revelou que todos os homens e alguns dos lugares frequentados por nossa querida heroína são tipicamente ZN WANNA BE (girls just wanna be, seria um nome mais apropiado para o blog);
4_ Verdadeiras patricinhas de BH não tiram fotos com o Rogério do Jota Quest tipo fã, elas são amigas do Rogérinho;
5_ E para terminar a derradeira prova de que Débora não é uma patricinha de verdade: ela não tem foto na Na Sala (mesmo que uma busca mais detalhada e minuciosa pela sua vida privada revele que ela já esteve em tão distinto clube para "pibinhos" de BH ela não é uma frequentadora, por tanto não faz parte do seleto grupo dos verdadeiros burgueses sem nada na cabeça de BH)

Conclusão: Nossa heroína não passa de uma impostora, uma falsa Patricinha.

Interrompemos a Programação Normal...

Só um breve hiato na minha missão tripulada de exploração berlinense para sugerir a todos meus amigos e amigas uma atividade absurdamente interessante e inútil. Desde uns tres dias pra cá acompanho as peripécias de uma confusa e deslumbrada imbecil da terrinha, que tropeça pela vida com o nome Débora sei lá das quantas... É uma patricinha doidinha que é a primeira na fila para quando lançarem a carteirinha para patricinha doidinha; seu fotolog é um registro fiel do quanto mineiros em geral conseguem ser manés, se realmente tentarem.

Encontrei essa pérola por acaso, procurando outras coisas, e, coincidentalmente, tinha uma foto dela no aniversário da Patty (outra amiga na fila) lá no café e, diz ela que tava com a "mó saudade d ir lá tomar 1 vinhozim, hehehe...". Vai entender... mas de qualquer jeito, só me interessei porque a Dé (sinto que somos íntimos, afinal ela já me contou tanto sobre sua vida!) é uma gatinha, e não resisti. Agora, infelizmente, estou viciado nas peripécias urbanas da minha querida Dedé. É melhor que novela, trapalhões e maconha juntos, a vida da minha ídola agora é meu tablóide diário.

Para quem quiser sacar como uma idiota vive em BH, confira o fotolog
www.blogdefotosdadeh.blogger.com.br/

E seu "Blog Oficial" (com diz ela)
www.girls_just_wanna_have_fun.blogger.com.br

Recomendo para todos, é uma ótima forma de entretenimento, uma montanha-russa de abreviações estranhas e pouco convencionais, algumas até questionáveis quanto à real economia de energia digitacional (tipo, ksa para casa ... será que realmente vale a pena?), a debbinha realmente se superou. Com sua trupe de amigos chamados Mauro e Gu e Gui e Wal e Patty e Lu e Ju e Rafa e blá e blá e blá, ela atravessa destemida a selva urbana e desbrava a noite belorizontina como ninguém.

Palmas para a Dé, que, apesar de retardada, tem uns peitões bem bacanas!

A frieza germanica e o calor dos vinhedos do sul italiano

A mãe dos meninos dos quais cuido tem um primo que mora em Stuttgart, com sua adorável esposa e alguns filhotes. Ora, Berlin é uma cidade infinitamente mais interessante que Stuttgart, onde, dizem, o sotaque é terrivelmente incompreensível até para alemães de outras regiões. Sendo assim, o primo achou uma idéia interessante visitar Berlin, durante aproximadamente uma semana, o que gerou um pequeno jantar para o primo e sua esposa, o que, consequentemente, gerou um convite para o Matias que, desesperado por convívio social com pessoas não estudantes de alemão provenientes da Turquia, China e América do Sul, aceitou prontamente.

No começo do jantar, fiquei extremamente confuso; a formalidade dos presentes, (não no sentido e Sie ao invés de du; não uma formalidade linguística, nem formalidade tipo jantar de negócios, mais no sentido de conhecidos vagamente semi-íntimos, nada agressivamente familiar...) me fez duvidar da clareza da comunicação anterior, que estabeleceu ser o sujeito primo de minha empregadora e, durante aquela noite, anfitriã. Após séria consideração, cheguei à conclusão que fossem primos de décimo-oitavo grau, primos mais por convenção do que por sangue, teoria prontamente descartada após um comentário casual estabelecer o pai dele como irmão do pai dela. Talvez ainda tivessem tido pouco contato, pouca intimidade... Claro que sempre há a opção fácil nessas situações, que pouco acrescenta ao meu crescimento espiritual, de achar que esses alemães são uns loucos varridos e foda-se... Mas geralmente tento evitar esse tipo de desistencia tão preguiçosa.

Para meu alívio e deleite, a resposta apareceu, como se, num passe de mágica, a compreensão fosse além da barreira cultural e linguística, como se a essencia humana de cada um se tornasse clara!

Após o consumo de, aproximadamente, 3 garrafas de vinho, por sinal bastante agradáveis (das quais, confesso, consumi minha parte!), o tratamento entre os presentes tornou-se, repentinamente, tão brasileiro que até me assustou um pouco; eu, numa tranquilidade e serenidade alcoólica, e meus anfitriões alemães discutindo casualmente temas de cunho bastante íntimo (com direito a tradução semi-simultanea) e a decibéis latino-americanos, ainda por cima! Claramente, os alemães precisam, mais do que brasileiros, de forte lubrificação social, facilmente disponível nas várias lojas especializadas pela cidade, algumas vendendo vinhos na faixa de 1€ a 250€...

Básicamente, foi uma noite super agradável, mostrando que até esses alemães malucos sabem ficar descontraídos e tranquilos...

No entanto, uma gatinha semi-bebada que sentou na minha frente no metro uma madrugada dessas pra tras durante uns 40 minutos recusou estabelecer qualquer tipo de relação mais próxima do que uma troca de olhares acidental a cada 5 minutos, aproximadamente... Próxima semana vou escrever sobre o olhar (ou falta de) nos berlinenses, mas com uma história atípica e interessante junto...

Deixo-os com um aviso, um alerta sobre tentar falar em alemão com gatinhas trabalhando em bares de boates barulhentas: Pedir "Wasser" (água) é, sonoramente, muito parecido com pedir "Weiß Bier", pelo menos para cordas vocais pouco versadas na pronúncia alemã, e a vergonha de explicar para aquele sorriso lindinho que Sua Anta, Voce Errou! gera uma situação impossível, a de tentar parecer super cool e blasè encostado num canto na parede com um copão de meio litro de cerveja na mão.

Sugiro falar "Hi, do you speak english? yes? ok, can I have some water, please?"

Funciona BEM melhor...

Überfrauen e a sexualidade berlinense

Cheguei a um dilema interessante, dividido entre tres possibilidades.

Desde os meus primeiros dias aqui, notei que Berlim é povoada, em parte, por uma raça nao muito abundante no mundo todo que, aqui, chamaremos de überfrau, por falta de nome melhor e, em parte, usurpando e deturpando a definiçao de mulher superior, criada pelo meu prezado amigo Dr. Carlos Alberto Cimini, vulgo DJ CiMiNi.

É uma espécie razoávelmente abundante em Berlin, criaturas verdadeiramente abençoadas pela natureza, observando o mundo do alto de seus 175 a 180 centímetros, através de enormes olhos azuis, instalados, apropriadamente, na mais impecavelmente macia pele, de tom puro e alvo, quebrado apenas por lábios milimetricamente perfeitos, visual e (imagina-se) funcionalmente... Natural que o resto da embalagem seja tao dolorasamente perfeito, inclusive detalhes indumentários, cuidadosamente planejados e executados. Como me disse uma vez alguém mais sábio que eu, a Santa Trindade da perfeiçao feminina é Charme, Estilo e Sofisticaçao. Além de personificarem tal trindade, minhas queridas ninfas urbanas sao etéreas, angelicais. Confesso que até hoje nao vi sequer um pé tocar o chao, apenas flutuar graciosamente acima do mesmo.

Minha reaçao, depois de longa, silenciosa e afastada admiraçao, é de, digamos, observar sem pudor e restriçoes todos os mais íntimos detalher destes exemplares fantásticos da espécie humana, para nao falhar em minhas inspeçoes acerca da natureza humana. Algo que as absolutamente inabaláveis obras primas da natureza ignoram com uma superioridade natural e instintiva. Mas realmente fiquei intrigado quando percebi estar praticamente sozinho em minha (franca e aberta) admiraçao por tais capolavori de humilhar qualquer artista, fenomenos que fui incapaz de compreender!

Comecei, entao, a observar, por curiosidade, meus colegas de genero, tentando entender qual a razao pela qual me sinto como um recém-chegado numa ilha exótica repleta de belezas naturais indescritíveis pelas quais os nativos tem uma atitude relaxada e blasè, pela longa exposiçao. Percebendo a falta quase absoluta de, digamos, "Übermänner", que, naturalmente, sao imunes aos encantos de überfrauen, cheguei a tres possibilidades que dividem meus pensamentos:

Primeiro, a pouco provável hipótese de que todos os alemaes sao umas bichas. Tal hipótese, além de politicamente incorreta, peca por dois principais motivos, o óbvio, que seria a perpetuaçao da espécie, fenomeno que claramente ocorre, e o mais sutil, que é a falta de observaçao em massa de indivíduos do sexo masculino por outros indivíduos do sexo masculino.

A segunda hipótese já tem uma base empírica mais forte; seria esta que todos os homens berlinenses sao ou decididamente assexuados ou plenamente saciados sexualmente, o que, certamente, explicaria a grande quantidade de energia disponível para trabalho e produçao industrial e intelectual geradas aqui. Sem a preocupaçao constante de satisfazer os instintos mais primários da espécie humana, nao é de se admirar a eficiencia e a precisao do povo germanico.

Apesar de nao perceber graves falhas teóricas ou empíricas na segunda hipótese, confesso que sinto-me instintivamente mais inclinado a concordar mais com minha terceira explicaçao, uma análise mais metafísica e intrinsicamente humana: a auto-defesa e o poder da negaçao.

Como, obviamente, as überfrauen sao, em absoluto, inatingiveis e, eu diria, quase alheias à existencia de outros seres humanos no planeta terra, a populaçao masculina inteira de Berlim prefere fingir que elas nao existem, para nao correrem o risco de, metaforicamente, apaixonarem-se pela lua.

Além do charme poético de tal especulaçao, ela ainda reforça minha premissa básica de que as überfrauen nao reproduzem para gerarem mais überfrauen (isto seria tao comum! talvez até baixo...) Pelo contrário, elas surgem por graça da natureza, geradas quando o tépido sol germanico ilumina as primeiras gotas de orvalho pela manha, formam-se nas nascentes mais puras e cristalinas, escoando e tomando forma até chegarem à civilizaçao, já cobertas por uma aura protetora que, assim como seus cabelos perturbadoramente dourados e macios, as diferenciam de nós, mortais, admiradores.

ou algo assim, sei lá